DELEGADA PROPÕE CRIAÇÃO DE POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER
Apesar de Pernambuco ter uma população majoritariamente feminina, com quase 52% composto por mulheres (51,9%, IBGE), ainda é preciso avançar muito sobre a conscientização e os cuidados sobre a saúde feminina. Os dados alarmantes divulgados em recente relatório pela UNFPA/UNICEF, trouxeram luz sobre uma realidade permeada pelo descaso e pela ignorância – muitas vezes das próprias mulheres que não têm conhecimento básico sobre o funcionamento do próprio corpo. Por isso, a Delegada Gleide Ângelo apresentou um projeto de lei para a criação Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da Mulher de Pernambuco.
A medida pretende promover a melhoria das condições de vida e saúde das pernambucanas, através da garantia de direitos e da ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde feminina em todo estado. “_Apesar das campanhas pontuais que acontecem ao longo do ano, é preciso promover o conhecimento das mulheres sobre o funcionamento de seus corpos. Por muitos anos, o empoderamento feminino sobre o próprio corpo foi visto como pecado e tabu, mas esse tempo já passou. É inadmissível que, em pleno 2021, mulheres ainda tenham vergonha de falar sobre a fisiologia de seus corpos e de sua saúde_”, declara a parlamentar.
Até hoje, as ações referentes à saúde da mulher estão focadas no caráter reprodutivo feminino. Entretanto, se faz urgente abordar outros aspectos relevantes, desde a assistência às doenças ginecológicas prevalentes, a prevenção, a detecção e o tratamento do câncer de colo uterino e de mama, a assistência à menopausa e ao climatério, os direitos sexuais e reprodutivos, até mesmo a assistência à mulher vítima de violência doméstica e sexual, entre outros pontos. “_Reduzir a saúde feminina a sua capacidade reprodutiva ainda é um reflexo da dominação patriarcal de uma cultura machista sobre os corpos. Nossa proposta vai promover, acima de tudo, o conhecimento. As mulheres precisam se informar e aprender sobre si próprias – esse é o primeiro passo para a quebra dos paradigmas existentes até hoje_”,conclui a deputada.
Desta forma, a política propõe a capacitação de profissionais específicos para o atendimento a este público, com a sensibilidade e o acolhimento necessários, além da disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais e até mesmo a busca ativa das pacientes, que tendem a negligenciar o autocuidado. Também integram o programa o entendimento educativo, a fim de fornecer à mulher uma percepção ampliada de seu contexto de vida, do momento em que se apresenta seu estado clínico, assim como de sua singularidade e de suas condições enquanto cidadã capaz e responsável por suas escolhas.